O governo Michel Temer decidiu
suspender o reajuste do Bolsa Família que pretendia anunciar em
julho. O presidente queria conceder um aumento de 4,6% no benefício como um dos
instrumentos para ganhar popularidade, mas a área econômica avaliou que,
em meio à crise financeira, não há espaço no Orçamento para isso.
Temer se reuniu na noite da última quinta-feira (29.06.17) com o ministro Osmar
Terra (Desenvolvimento Social), que comanda a pasta responsável pelo programa.
No encontro, ficou definido que não seria possível anunciar o reajuste neste
momento, como planejado.
O impacto do reajuste no Orçamento
deste ano seria de R$ 800 milhões.
Segundo assessores do presidente, a
decisão sobre o aumento do benefício foi adiada, sem data para que a discussão
seja retomada. O Ministério do Desenvolvimento Social já comunicou à Caixa que
não haverá mudança no valor dos pagamentos.
O plano original do governo era
anunciar um reajuste do Bolsa Família de 4,6% –um ponto percentual acima da
inflação registrada nos últimos doze meses. Em maio, o ministro Osmar Terra
disse que o aumento seria oficializado em julho.
Nos últimos meses, entretanto, as
contas do governo pioraram, principalmente por dificuldades de arrecadação. As
receitas ficaram abaixo do esperado e a equipe econômica de Temer passou a
cobrar um controle maior de gastos para evitar que a meta fiscal do ano seja
descumprida.
Auxiliares afirmam que o presidente não
havia dado sinal verde para a concessão do aumento, tratado como certo pelo
Ministério do Desenvolvimento Social. Temer consultou a área econômica do
governo, que atestou que o reajuste não caberia no Orçamento deste ano e
criaria dificuldades também para fechar as contas de 2018.
FILA
Para se contrapor à suspensão do
reajuste, ao menos por enquanto, o governo quer anunciar a inclusão de
cerca de 150 mil novas famílias no programa.
No fim do ano passado, 500 mil famílias
esperavam uma vaga, mas a pasta havia conseguido zerar a fila nos três
primeiros meses deste ano. Em maio, porém, o número voltou a crescer e 422 mil
famílias pleiteavam o benefício.
Em seu primeiro ano de governo, Temer concedeu um aumento de 12,5% nos
pagamentos do Bolsa Família, após dois anos sem reajuste, durante o governo
Dilma Rousseff.
Por: Folha de São Paulo
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